Meus Filmes Favoritos de 2015

05.01.2016
por João Moris


1) A História da Eternidade (Brasil – dir. Camilo Cavalcante – 2015)

Para mim, o melhor filme brasileiro do ano. O diretor Camilo Cavalcante, do ativo polo pernambucano de cinema, nos brinda com um filme diferente, ousado e complexo, mas também delicado e poético. Ambientado no sertão nordestino, tem uma fotografia e iluminação deslumbrantes. O grande trunfo do filme é contar três histórias locais com um apelo absolutamente universal, que poderiam acontecer em qualquer cidade ou lugar do mundo. Histórias carregadas de humanidade, onde a pobreza material não é a deflagradora das misérias humanas. A sequência em que o fantástico ator Irandhir Santos personifica a música “Fala” dos Secos & Molhados é antológica! Vejam esta cena em https://www.youtube.com/watch?v=vBJ9iDvwFdo. Maravilhoso e imperdível! 

2) Uma Nova Amiga (“Une Nouvelle Amie” – França – dir. François Ozon – 2014)

Dando um olé no preconceito e desafiando a heteronormatividade, este filme de um dos meus diretores atuais favoritos – o enfant terrible do cinema francês François Ozon – é uma celebração da vida, do amor e da diferença, sem perder o humor nem a ternura. O personagem central, elemento surpresa do filme, é tratado com um respeito absoluto. Cinema em toda a sua essência atualíssimo e pertinente! E muito divertido. 

3) Timbuktu (“Timbuktu” – França/Mauritânia – dir. Abherrahmane Sissako – 2014)

Filme ficcional africano, brilhantemente dirigido, que retrata o impacto do fundamentalismo religioso e da disputa pelo poder nas culturas africanas pós-coloniais, no caso o Mali. A cidade de Timbuktu está sob o controle de jihadistas com metralhadoras em punho, prontos para reprimir qualquer manifestação considerada ofensiva à nova ordem social e religiosa imposta por eles, em meio a conflitos tribais e interesses dos líderes locais. O filme mostra, de forma arrebatadora e sem nunca recorrer a respostas fáceis, como a população se vira para sobreviver ao horror da repressão e violência e a complexidade das relações nesse contexto. Obrigatório! 

4) Acima das Nuvens (“Clouds of Sils Maria” – França/Alemanha/Suiça – dir. Olivier Assayas – 2014)

Filme ambientado nos Alpes Suiços, com Juliette Binoche dando o seu show de interpretação costumeiro representando uma atriz famosa decadente (Maria Enders) e sua relação com a assistente Valentine (Kirstin Stewart). Um filme com várias camadas e contrapontos sobre a passagem do tempo, fama, solidão, envelhecimento, insegurança e medo. A belíssima fotografia serve de aporte para uma história muito bem contada. Um filme que gera grandes reflexões, sem ser chato e nem perder o brilho. 

5) Chico, Artista Brasileiro (Brasil – dir. Miguel Faria Jr. – 2015)

Este lindo e aguardado documentário sobre a vida e obra de Chico Buarque faz jus ao talento e personalidade do artista. Com uma edição brilhante, o filme acompanha os mais de 50 anos da carreira e trajetória deste nosso cantor/compositor, cujas músicas embalaram (e embalam!) várias gerações. A interpretação de "Sabiá" pela cantora portuguesa Carminho logo no início do filme é de arrepiar e uma covardia de tão bonita. Programa obrigatório para brasileiros de todas as idades! 

6) Dois Dias, Uma Noite (“Deux Jours, Une Nuit” – Bélgica/França/Itália – dir. Jean Pierre e Luc Dardenne – 2015)

O tema do desemprego na Europa raramente recebeu um tratamento tão certeiro no cinema. Magistralmente dirigido pelos badalados diretores belgas, os irmãos Dardenne, o filme acompanha o esforço de uma jovem mãe operária (Marion Cotillard) para manter seu emprego numa pequena fábrica. Ela tenta convencer seus companheiros de trabalho a votar a favor de sua permanência no emprego e abrir mão do abono que receberão em troca. Um tema espinhoso, que enfia o dedo nas feridas abertas pelas grandes questões globais e éticas do momento. 

7) Jimmy’s Hall (“Jimmy’s Hall” – Grã-Bretanha/Irlanda/França – dir. Ken Loach – 2014)

Que prazer imenso assistir a mais um filme do grande diretor britânico Ken Loach, de 80 anos e considerado o único diretor ocidental comunista em atividade. Como todos os seus filmes, este também tem um forte apelo social e político, o que nos torna imediatamente cúmplices do personagem principal na sua luta contra a injustiça, a opressão e a pobreza. Ken Loach consegue tirar o melhor dos seus atores e das situações de improviso para transformá-las no mais puro deleite cinematográfico. Afinal, que diretor hoje consegue filmar uma reunião decisória de um grupo de ativistas, em que cada um dá sua opinião, e tornar esta cena interessante? Uma história envolvente com um final que reaquece minha esperança no mundo. Não percam! 

8) Selma (“Selma” – EUA/Grã-Bretanha – dir. Ava DuVernay – 2014)

Grande injustiçado no Oscar deste ano e mal lançado no Brasil, o filme narra a luta do líder pacifista Martin Luther King pela igualdade racial no sul dos EUA na década de 60. Apropriadamente dirigido por uma diretora negra e com um elenco afiado, incluindo Tim Roth, Tom Wilkinsen e Oprah Winfrey, o filme é um libelo contra a injustiça social e a violência instituída. Com produção caprichada e trilha sonora impecável, tem vários momentos tocantes. A marcha histórica partindo da cidade de Selma em direção a Montgomery, no Alabama, é brilhantemente reconstituída. Assistam! 

9) O Cheiro da Gente (“The Smell of Us”– França – dir. Larry Clark – 2014)

O diretor e fotógrafo americano Larry Clark, que fez vários filmes polêmicos sobre adolescentes (entre eles, "Kids" de 1995), volta a "atacar" retratando, desta vez, a vida e o cotidiano de alguns jovens skatistas parisienses no filme "O Cheiro da Gente". Gosto da maneira cruel e, ao mesmo tempo amorosa, com que ele retrata as pessoas nesta fase da vida, principalmente os garotos. O personagem Math (Lukas Ionesco) é a própria personificação da juventude hipermoderna. Visceral, à flor da pele e deliciosamente transgressor, o filme não é para todos os gostos, mas certamente agradou ao meu. Experimentem!

10) Numa Escola de Havana (“Conducta” – Cuba – dir. Ernesto Daranas – 2014)

Este pequeno grande filme cubano traz o melhor da nossa América Latina: a vibração das ruas, vidas pulsantes, a criatividade e a flexibilidade de pessoas vivendo com o mínimo, o abraço, o beijo, o carinho, a alegria. Expõe, também, as várias mazelas que assolam os países latino-americanos. Acima de tudo, mostra que a educação, se construída com afeto e voltada ao aluno, e não a serviço de normas e da burocracia dos poderes constituídos, irá formar cidadãos afetuosos e comprometidos com a ética. Excelentes diálogos e atuações emocionantes. Para não perder de vista. 

11) Que Horas Ela Volta? (Brasil – dir. Anna Muylaert – 2015)

O filme brasileiro mais badalado e comentado do ano certamente merece todo o nosso reconhecimento. “Que Horas Ela Volta?” tem o mérito de tocar, de forma bem humorada, em algumas das feridas históricas do Brasil (o abismo social e educacional; a estratificação das classes sociais; a “herança” das empregadas domésticas e dos serviçais) e dá um tapa na cara da classe média brasileira, sem vilipendiá-la. A doméstica Val (vivida por Regina Casé) e sua filha Jéssica (Camila Márdila), desde já, inserem-se na galeria das grandes personagens do cinema brasileiro. 

12) Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens – Alemanha – dir. Giuliu Ricciarelli – 2014)

Filme de diretor estreante sobre o legado do nazismo na Alemanha pós-Segunda Guerra. A história se passa em 1958 e parte de duas premissas interessantes: o rumo tomado pelos nazistas e seus colaboradores após a queda de Hitler e o fato estarrecedor de que a maioria dos alemães não sabia da existência dos campos de concentração e do extermínio maciço de judeus 13 anos após o fim do Holocausto (!!). Por iniciativa de um advogado idealista e de um jornalista obstinado, a verdade virá à tona não sem antes limpar o lixo varrido para debaixo do tapete durante anos. Filme empolgante e vigoroso! 

13) De Cabeça Erguida (“La Tête Haute” – França – dir. Emmanuelle Bercot – 2015)

Filme emocionante que aborda a complexa questão da delinquência juvenil na França. Utilizando personagens brancos e não imigrantes, a diretora trata o tema com muita habilidade e competência. Catherine Deneuve está maravilhosa na pele da juíza fria, mas sensível, que se apega ao caso do adolescente rebelde e problemático Malony (Rod Paradot) e sua mãe disfuncional. O filme mostra que, apesar da tutela do Estado em países desenvolvidos como a França, não há soluções fáceis para as questões sociais e familiares quando o sistema é injusto e desumano. Confiram! 

14) Casa Grande (Brasil – dir. Fellipe Barbosa – 2014)

Mais um ótimo filme sobre o fosso social que separa em duas metades a sociedade brasileira. Ambientado na Barra da Tijuca em uma casa de uma família classe média alta falida, o filme mostra as transformações do jovem Jean (Thales Cavalcanti) quando sai de seu mundo protegido por bens materiais e pais consumistas para conhecer o outro lado do Rio de Janeiro, o de bairros pobres e gente comum. Como no filme “Que Horas Ela Volta?”, os empregados da casa também têm um papel fundamental no desenvolvimento e crescimento do jovem. Um recorte atual e bastante fiel da nossa sociedade. 

15) Dheepan, o Refúgio (“Dheepan” – França – dir. Jacques Audiard – 2015)

Vencedor do Festival de Cannes deste ano, um filme importante sobre imigração e deslocamento de pessoas diante da tragédia da guerra que aflige vários países do globo. Para fugir da guerra no Sri Lanka, um homem, uma mulher e uma criança assumem identidades falsas. Eles não se conhecem e precisam conviver como se fossem uma família verdadeira ao chegar na França para obter a condição de refugiados. Em solo francês, eles vão trabalhar num condomínio de classe média baixa nos arredores de Paris. O grande mérito do filme é mostrar o verdadeiro caos social que também atinge a França branca e desenvolvida. Lá, os imigrantes encontram franceses desagregados, desempregados, briga de gangues, tráfico de drogas, tiroteios... um cenário belicoso não muito diferente daquele que os obrigou a fugir do seu país natal. 

16) O Julgamento de Viviane Amsalem (“Gett” – Israel/França/Alemanha – dir. Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz – 2014)

Um filme israelense é sempre uma raridade no circuito comercial brasileiro e este é programa obrigatório para os amantes do cinema. O casamento civil e o divórcio não existem pelas leis do judaísmo e apenas os rabinos podem legitimar ou dissolver uma união entre um casal, sendo que o divórcio pedido pela esposa deve necessariamente ter o consentimento do marido. Esta é a história de Viviane Amsalem, que deseja se divorciar de seu marido, que se recusa a concedê-lo. O caso se arrasta por anos no tribunal rabino, numa espiral absurda, interminável e desumana. Um filmaço e um primor de direção! O filme está disponível com legendas em português no youtube. 

17) Party Girl (“Party Girl” – França – dir. Marie Amachoukeli-Barsacq, Claire Burger e Samuel Theis – 2014)

Um filme surpreendente, inspirado na vida de Angélique Litzenburger, uma garota de programa sexagenária, que faz o seu próprio papel no filme. Um dia, um cliente regular, que sempre foi apaixonado por ela, a pede em casamento e Angélique entra em pânico. Seus quatro filhos verdadeiros atuam no filme, sendo um deles um dos diretores. Uma história carinhosamente contada sem pieguice nem concessões. Tocante, amoroso, atual. E que trilha sonora! 

18) O Último Cine Drive-In (Brasil – dir. Iberê Carvalho – 2014)

Um filme nacional encantador sobre o fechamento do último cinema drive-in de Brasília e o resgate da relação do dono do cinema, Almeida (Othon Bastos) com seu filho, Marlonbrando (Breno Nina). Filme sensível, cheio de nostalgia e charme à la "Cinema Paradiso", que mexeu com minha memória afetiva de uma maneira inesperada. Elenco e trilha sonora impecáveis. Lindo e merece ser visto! 

19) A Lição (“Urok” – Bulgária – dir. Kristina Grozeva e Petar Valchanov – 2014)

Quem nunca viu um filme búlgaro, esta é uma ótima oportunidade. O filme é uma aula prática sobre ética, uma história interessantíssima baseada em fatos verídicos ocorrida em uma cidade no interior da Bulgária. Conta a história de uma rígida professora de ensino médio obcecada em descobrir o aluno que roubou o dinheiro de um colega de classe. Enquanto isto, a professora acaba se envolvendo com agiotas para saldar uma dívida contraída pelo marido desempregado e é obrigada a ir às últimas consequências para conseguir dinheiro. Um filme primoroso que surpreende pelos caminhos trilhados pela história. 

20) A Terra e Sombra (“La Tierra y la Sombra” – Colômbia/França/Holanda – dir. César Augusto Acevedo – 2015)

Premiado no Festival de Cannes deste ano, este belo filme de um diretor colombiano estreante trata de maneira delicada e contundente os problemas típicos enfrentados por camponeses na América Latina, ou seja, a exploração de trabalhadores rurais pelo agronegócio, a falta de infraestrutura para o desenvolvimento local, o abandono da terra por agricultores e a desagregação familiar decorrente da miséria. Conta a história de um homem que retorna ao lar para cuidar do filho doente 17 anos depois de abandonar a família. Um filme contemplativo e reflexivo com uma fotografia de tirar o folego, rodado numa região de canaviais no interior da Colômbia. 

21) Ausência (Brasil – dir. Chico Teixeira – 2014)

Um filme sutil e desenvolvido com enorme sensibilidade sobre o rito de crescimento. Aborda vários aspectos da adolescência, incluindo a insegurança, o abandono, a frustração, a falta da figura paterna e a sexualidade. Conta a história de Serginho (Matheus Fagundes), um jovem de 14 anos, que trabalha na feira com o tio e cuida da mãe alcoólatra e do irmão caçula. O centro da trama gira em torno das várias ausências que vão se desenhando na vida deste garoto, que o leva a perceber que está sozinho no mundo. Um grande filme! 

22) O Clã (“El Clan” – Argentina – dir. Pablo Trapero – 2015)

Este ótimo filme argentino é baseado na história de uma gangue familiar da Argentina, os Puccio, que ficou conhecida na década de 1980 por sequestrar e matar várias pessoas em troca de resgate. Um filme incômodo e de humor negro que trata da herança maldita deixada pelo sanguinolento regime militar argentino: o crime de sequestro e morte por ex-militares, que de certa forma é atenuado pela ligação afetiva e a cumplicidade entre os membros da família. O pai do clã, Arquimedes (brilhantemente interpretado por Gillermo Francella), é um dos personagens mais instigantes e interessantes do ano. 

23) Bwakaw (“Bwakaw” – Filipinas – dir. Jun Lana – 2012)

Um filme que conta a história de um idoso solitário e seu cachorro sempre corre o risco de resvalar para a pieguice total. Mas, este filme filipino é uma preciosidade: bonito, engraçado e comovente. Passado no interior das Filipinas, mostra que há vida naquele lado do mundo, povoado por pessoas espirituosas, amorosas, divertidas e solidárias. Aos 70 anos, o idoso Rene (interpretado por Eddie Garcia) decide sair do armário e aceitar sua verdadeira condição de ser humano. O filme me tocou bastante e recomendo.

24) O Clube (“El Club” – Chile – dir. Pablo Larrain – 2015)

Filme ficcional polêmico sobre padres e freiras acusados de crimes contra a fé católica e que são isolados num lugar retirado da costa chilena. Os crimes incluem abuso sexual e adoção ilegal de crianças. O assunto é tratado com austeridade e vai se revelando na medida em que entramos em contato com o universo íntimo destes religiosos. As histórias no filme são contadas de forma estarrecedora e implacável, quase catártica. O filme não é nada condescendente com a Igreja Católica e, vindo de um país latino-americano, este é o seu grande trunfo. 

25) Iván (Brasil – dir. Guto Pasko – 2015)

Preparem os lencinhos, pois este documentário derruba muitas lágrimas. Impossível não se emocionar com a história de Iván Bojko, um ucraniano sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que fugiu para o Brasil em 1948, após ser retirado à força de seu país pelos nazistas para fazer trabalhos forçados na Alemanha. O filme acompanha o retorno de Iván à Ucrânia pela primeira vez aos 91 anos, 68 anos após ter chegado ao Brasil. Os encontros com os familiares na terra natal são recheados de memórias e histórias que se misturam à emoção do momento. Embora emotivo, o filme não descamba para o sentimentalismo barato, dado o respeito e carinho com que é filmado. Imperdível! 

26) 45 Anos (“45 Years” – Grã-Bretanha – dir. Andrew Haigh – 2015)

Um filme inglês classudo com a divina Charlotte Rampling e o veterano ator Tom Courtenay como um casal prestes a comemorar seu 45º aniversário juntos. Mas, uma carta recebida pelo marido comunicando um fato acontecido anos atrás muda a aparente estabilidade e tranquilidade do casal. A esposa se sente insegura e enciumada e passa a questionar o relacionamento entre eles. O filme recusa psicologismos fáceis. Nunca os olhos penetrantes de Charlotte Rampling passaram tantas emoções como neste filme. Preparem-se! 

27) 14 Estações de Maria (“Kreuzweg” – dir. Dietrich Brüggemann – Alemanha/França - 2014)

Filme alemão contundente sobre fundamentalismo católico, que praticamente passou despercebido em nossos cinemas. Mostra como a rigidez de uma educação religiosa tradicional, com votos de pureza em nome de Deus, afeta negativamente o desenvolvimento e a psique da jovem Maria (Lea Van Acken), afastando-a do convívio social. O filme é engenhosamente montado sobre 14 planos estáticos, cada um correspondendo à via crucis enfrentada por Jesus. Impressionante!

28) A Menina dos Campos de Arroz (“La Rizière” – dir. Xiaoling Zhu – França/China - 2010)

Este filme é uma pequena joia chinesa. Leve e delicado, conta a história de uma menina de 12 anos (A Qiu), criada com os avós no campo junto a um arrozal e, com a morte do avô, é obrigada a se mudar para a cidade onde residem os pais. Contado em forma de fábula pela própria menina, que sonha ser escritora, o filme transita entre o idílico da paisagem dos campos de arroz e a realidade da vida na cidade grande. Adorei! 

29) Beira-Mar (Brasil – dir. Filipe Matzembacher/Marcio Reolon – 2015)

Mais um filme brasileiro sutil e cheio de nuances sobre a relação entre dois amigos adolescentes gaúchos, que viajam juntos de Porto Alegre a uma cidade praiana no Rio Grande do Sul. Com poucos diálogos, o enfoque do filme é sobre os gestos, o olhar e a linguagem corporal de ambos os rapazes. Apesar de a crítica paulista torcer o nariz para o filme, o final, revelador e didático, me pareceu bastante condizente com a postura dos jovens hoje em relação à sua sexualidade. Vale assistir, principalmente com os filhos/sobrinhos/amigos adolescentes. 

30) Sicário, Terra de Ninguém (“Sicario” – dir. Dennis Villeneuve - EUA)

Filme tenso e vigoroso passado na fronteira do México com os EUA, onde as autoridades locais de ambos os países não primam exatamente pela moral e pela ética. Como sempre, a direção vibrante e segura de Villeneuve dá o tom ao filme com imagem, ritmo e sons eletrizantes. Gostei de ver como o diretor não fornece soluções fáceis a temas complexos, como o tráfico de drogas e a atuação policial na fronteira entre os dois países. Pelo contrário, evidencia como todas as leis da constituição americana vão por água abaixo quando se trata de poder e dominação. 

OUTROS FILMES MUITO BONS LANÇADOS EM 2015 QUE RECOMENDO:

A Acusada (“Lucia de B.” – Holanda/Suécia)
A Gangue (“Plemya” – Ucrânia/Holanda)
A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Brasil)
A Pele de Vênus (“La Vénus à la Fourrure” – França/Polônia)
As 1001 Noites – O Inquieto (Portugal/França/Alemanha)
Através (Brasil/Cuba - documentário)
Birdman (EUA)
Capital Humano (“Il Capitale Umano” – Itália/França)
Cassia Eller (Brasil - documentário)
Cauby – Começaria Tudo Outra Vez (Brasil - documentário)
Chatô, o Rei do Brasil (Brasil)
Club Sandwich (“Club Sándwich” – México/França)
De Gravata e Unhas Vermelhas (Brasil - documentário)
Divertida Mente (“Inside Out” – EUA)
Dívida de Honra (“The Homesman” – EUA)
Dois Amigos (“Les Deux Amis” – França)
Dólares de Areia (“Dólares de Arena” – República Dominicana/México)
Estrada 47 (Brasil)
Eu Sou Ingrid Bergman (“Jag är Ingrid” – Suécia - documentário)
Força Maior (“Turist” – Suécia/Noruega/Dinamarca)
Foxcatcher (EUA)
Frank (Grã-Bretanha/Irlanda/EUA)
Gemma Bovary – A Vida Imita a Arte (“Gemma Bovary” – França/Grã-Bretanha)
Grandes Olhos (“Big Eyes” – EUA/Canadá)
Homem Irracional (“Irrational Man” – EUA)
Jia Zhangke – Um Homem de Fenya (Brasil - documentário)
Jogo da Imitação (“The Imitation Game” – Grã-Bretanha/EUA)
Leviatã (“Leviafan” – Rússia)
Macbeth: Ambição e Guerra (“Macbeth” – Grã-Bretanha/França/EUA)
Malala (“He Named Me Malala” – Emirados Árabes/EUA)
Marcas da Água (Brasil - documentário)
Mia Madre (“Mia Madre” – Itália)
Minha Querida Dama (“My Old Lady” – EUA/Grã-Bretanha/França)
Na Próxima, Acerto o Coração (“La Prochaine Fois Je Viserai le Coeur” - França)
Não Olhe para Trás (“Danny Collins” – EUA)
Nostalgia da Luz (“Nostalgia de la Luz” – Chile/Espanha)
O Amor é Estranho (“Love is Strange” – EUA/França)
O Cidadão do Ano (“Kraftidioten”– Noruega/Suécia)
O Estopim (Brasil – documentário)
O Franco Atirador (“The Gunman” – EUA/Espanha/Grã-Bretanha)
O Homem que Elas Amavam Demais (“L’Homme Qu’on Aimait Beaucoup” – França)
Olhar Invisível (“La Mirada Invisible” – Argentina) 
O Que Há Entre Nós (“Unter der Haut” – Suiça)
O Sal da Terra (“The Salt of the Earth” – França/Brasil/Itália – documentário)
O Samba (Suiça/Alemanha/Brasil – documentário)
O Segredo das Águas (“Futatsume no Mado” – Japão/França/Espanha)
Pássaro Branco na Nevasca (“White Bird in a Blizzard” – EUA/França)
Permanência (Brasil)
Phoenix (Alemanha/Polônia)
Rainha e País (“Queen and Country” – Irlanda/Grã-Bretanha/França)
Real Beleza (Brasil)
Respire (“Respire” – França)
Sabotage, Maestro do Canão (Brasil – documentário)
Sangue Azul (Brasil)
Shaun, a Ovelha (“Shaun the Sheep Movie” – Grã-Bretanha/França)
Terceira Pessoa (“Third Person” – Bélgica/EUA/França)
Três Corações (“3 Coeurs” – França/Alemanha/Bélgica)
Tudo por Amor ao Cinema (Brasil - documentário)
Últimas Conversas – Eduardo Coutinho (Brasil - documentário)
Um Amor a Cada Esquina (“She’s Funny That Way” – EUA/Alemanha)
Um Fim de Semana em Paris (“Le Week-End” – Grã-Bretanha/França)
Um Reencontro (“Une Rencontre” – França)
Woody Allen: Um Documentário (“Woody Allen: A Documentary” – EUA)

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