Eu, Daniel Blake

FILME: Eu, Daniel Blake
(I, Daniel Blake, Reino Unido/França/Bélgica, 2016)

Reunião dia:
15.01.2017
Nota atribuída pelo grupo:
9,18

Direção: Ken Loach

 

Roteiro: Paul Laverty
 

Elenco: Dave Johns, Hayley Squires, Sharon Percy, Briana Shann, Dylan McKiernan, entre outros.


Sinopse: O mais recente filme do octogenário diretor britânico, Ken Loach, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2016 e esbanja humanismo. Como é recorrente na obra do diretor, o filme retrata as dificuldades da classe trabalhadora britânica, empobrecida e massacrada por políticas neoliberais excludentes. Acompanhamos a saga do operário sessentão Daniel Blake, que afastado do trabalho por problemas de saúde, passa por uma verdadeira via crucis kafkiana para conseguir o seguro-desemprego.

 

Sobre o Diretor: Ken Loach nasceu em Nuneaton, Warwickshire, Inglaterra, em 17/6/1936. Na infância, mudou muito de cidade com a família, especialmente em razão da 2ª Guerra Mundial. Estudou Direito em Oxford, onde começou a atuar no grupo de teatro experimental da universidade. Logo passou também a diretor teatral, principalmente em Birmingham.
Em 1961, passou a trabalhar como assistente de direção na BBC. Socialista, sempre expressa esse posicionamento em suas obras. Segundo o site IMDB, Loach assina a direção de 51 trabalhos para TV e Cinema.


Boa parte de sua obra está centrada na descrição das condições de vida da classe operária. Em estilo naturalista, Loach realiza uma abordagem sem concessões sobre a miséria na Grã-Bretanha, sobre as patologias sociais e familiares e a destruição das políticas públicas de bem-estar social (como em Riff-Raff (1993), Chuva de Pedras (1994), Ladybird, Ladybird (1995), Uma Canção para Carla (1996), Felizes Dezesseis (2002)). Ele também explora momentos sombrios da história do Reino Unido, como em Agenda Secreta (1988), Terra e Liberdade (1995), Ventos da Liberdade (2007), Rota Irlandesa (2010)). Sua obra, bastante engajada, mostra seu alinhamento político à esquerda quando trata de conflitos sociais e da luta pelos direitos dos trabalhadores ou dos imigrantes clandestinos, como em The Flickering Flame (doc, 1998), Pão e Rosas (2000), The Navigators (2001) e Mundo Livre (2007)).

 

O cineasta também realizou documentários, séries para a TV e episódios de longas-metragens. Loach mantém-se fiel a seu posicionamento marxista, assumindo posições públicas que muitas vezes geraram controvérsias no Reino Unido. Ao contrário de muitos de seus conterrâneos e contemporâneos, Ken Loach jamais deixou-se seduzir pelo canto da sereia de Hollywood.


Ele recebeu a Palma de Ouro em Cannes pelo filme Ventos da Liberdade e novamente em 2016 por Eu, Daniel Blake. Ganhou muitos prêmios em vários festivais internacionais.


De sua filmografia, o Grupo Cinema Paradiso já discutiu Terra e Liberdade no ano de 1996, Apenas um Beijo no ano de 2006 e À Procura de Éric no ano de 2009.


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