![]() |
FILME: Em Chamas
Reunião dia: 29.08.2021 Nota atribuída pelo grupo: 8,30
Roteiro: Lee Chang-Dong, Oh Jung-mi (livremente inspirado em "Barn Burning" de Haruki Murakami).
Elenco: Ah-In Yoo, Steven Yeun, Jong-seo Jeon, Soo-Kyung Kim, Seung-ho Choi, Seong-kun Mun, Bok-gi Min, Soo-Jeong Lee, Hye-ra Ban, Mi-Kyung Cha, Bong-ryeon Lee.
Sinopse: O terceiro longa do diretor Lee Chang-Dong traz, novamente, a
literatura para sua película: seja como um de seus personagens ou na forma da
narrativa que se expande para uma temporalidade e ritmos incomuns ao cinema de
entretenimento. Em "Poesia" (seu filme imediatamente anterior, de 2010) o
diretor traz uma protagonista às voltas com o processo de escrita de um poema,
em meio a contundentes dilemas pessoais... Em "Em chamas" além da livre e
explícita inspiração no conto "Queimar celeiros" de Haruki Murakami, outros
autores (como Faulkner, também pela coincidência do título?) comparecem ao longo
da detida construção de seu protagonista Jong-su, também tocado pelas letras. O
protagonista observa o mundo a sua volta (através da reflexiva câmera de Chang
Dong) com uma receptividade que pode soar incômoda aos espectadores incendiados
pela aceleração própria ao contemporâneo, contudo, a postura contemplativa dará
o tom e o contraste para o que irá se apresentar ao longo do filme.
Sobre o Diretor: Lee Chang-Dong (pronuncia-se
Í-Tchan-Don) nasceu em 1954*, em Daegu, terceira maior cidade da Coreia do Sul.
Em 1981, graduou-se em Literatura Coreana pela Universidade de Kyungpook. Nessa
época, escrevia e dirigia peças de teatro e lecionava Língua Coreana no Ensino
Médio. Publicou seu primeiro romance, “Chonri”, em 1983 e a coletânea de contos
“There’s a Lot of Shit in Nokcheon”, em 1992, premiado pelo The Korea Times. Lee
não tinha nenhuma formação em cinema, mas foi convidado pelo cineasta Park
Kwang-su para escrever o roteiro de Geu seome gago shibda (Para
a ilha estrelada**, 1993). Para aceitar essa tarefa, Lee pediu – e conseguiu
– um posto de diretor assistente, mesmo sem nenhuma experiência. Em seguida, Lee
escreveu o roteiro de Jeon tae-il (Uma única faísca**,
1995). Encorajado pelos colegas, Lee escreveu e dirigiu seu primeiro filme
Chorok mulkogi (Peixe verde**, 1997) que ganhou diversos
prêmios locais e internacionais, entre eles, nos festivais de Rotterdam e
Vancouver. Seus filmes seguintes são: Bakha satang (Bala de
hortelã**, 1999); Oasiseu (Oásis**, 2002), que recebeu
quatro prêmios no Festival de Veneza, entre eles, o Leão de Prata de Melhor
Diretor, e foi o candidato da Coreia do Sul ao Oscar. Entre 2003 e 2004, Lee foi
convidado a assumir o cargo de Ministro da Cultura e do Turismo no governo do
presidente Roh Moo-hyun. Lee batalhou por uma política de reserva de tela para
filmes independentes, enfrentando uma forte oposição da indústria de filmes
sul-coreana. Seu esforço foi reconhecido por um país distante: em 2006, a França
lhe concedeu a condecoração de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra,
por defender a diversidade cultural. O quarto filme de Lee, Sol Secreto
(Milyang, 2007), prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, foi
exibido no Festival do Rio. Poesia (Shi, 2010), prêmio de Melhor Roteiro em
Cannes, participou da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi exibido
comercialmente, tornando o diretor conhecido no Brasil. Em Chamas
(Beoning, 2018) é seu filme mais recente e recebeu dezenas de prêmios em
diversos festivais pelo mundo. Desde 2002, Lee tem boicotado o prêmio Blue
Dragon de Cinema Coreano, patrocinado pelo jornal conservador Chosun Ilbo. |
Home »
» Em Chamas
0 comentários:
Postar um comentário