O Ovo da Serpente

FILME: O Ovo da Serpente
(The Serpent’s Egg, Alemanha Ocidental/EUA, 1977, 119 min)

Reunião dia:
07.06.2020 (virtual)
Nota atribuída pelo grupo:
8,25

Roteiro e Direção: Ingmar Bergman

Elenco: David Carradine (Abel Rosenberg), Liv Ullmann (Manuela Rosenberg), Gert Fröbe (Inspetor Bauer), Heinz Bennent (Hans Vergerus).

Sinopse: Berlim, novembro de 1923. A Alemanha que, após a Primeira Guerra Mundial ficou conhecida como República de Weimar, passa por uma grave crise econômica. Abel Rosenberg é um judeu nascido nos Estados Unidos, trapezista de circo, desempregado como grande parte da população. Seu irmão, Max, comete suicídio. Abel procura sua cunhada, Manuela, e juntos procuram sobreviver. Sem perspectivas, Abel e Manuela conseguem trabalho em uma clínica médica clandestina. Além da recessão econômica, há um clima tenso no ar, que está “envenenando” a sociedade.

 

Sobre o Diretor: Ernst Ingmar Bergman nasceu em 14 de julho de 1918, em Uppsala, Suécia. Seu pai era pastor luterano e sua mãe, enfermeira. Teve um irmão mais velho, Dag, e uma irmã mais nova, Margareta. Por causa do pai, a infância deles foi rígida e cercada de preceitos religiosos. Em 1938, Bergman ingressou na Universidade de Estocolmo para estudar Artes e Literatura, mas logo se envolveu com o grupo de teatro estudantil. Nos anos seguintes, escreveu e encenou diversas peças, chegando a uma média de seis montagens por ano. Dedicou-se tanto ao teatro que largou os estudos e se tornou diretor assistente de um teatro local. Nesse teatro, escreveu e dirigiu sua primeira peça profissional, Kaspers död (A Morte de Kasper), em 1942. A peça foi assistida por Stina Bergman (sem parentesco, apesar do sobrenome), que convidou Bergman a entrar para a produtora de cinema Svensk Filmindustri. Seu trabalho era ler roteiros cinematográficos e melhorá-los (hoje, essa função recebe o nome de script doctor). Assim, ele aprendeu e escreveu seu primeiro roteiro, Tortura do Desejo (Hets, 1944) que foi dirigido por Alf Sjöberg. Bergman acompanhou as filmagens e dirigiu algumas sequências, enquanto Sjöberg estava ocupado com outros assuntos. No ano seguinte, Bergman dirigiu seu primeiro longa-metragem, Crise (Kris, 1946), adaptado de uma peça de Leck Fischer. A partir daí, Bergman dirigiu 15 filmes em dez anos, incluindo obras como Juventude (1951), Mônica e o Desejo (1953) e Sorrisos de uma Noite de Amor (1955), que recebeu um prêmio especial em Cannes. Ainda em 1951, por conta de uma greve, Bergman aceita dirigir uma série de comerciais para TV. 1957 é um ano excepcional: duas obras-primas, O Sétimo Selo e Morangos Silvestres, chegaram ao cinema. Entre seus filmes estão: No Limiar da Vida (1958), A Fonte da Donzela (1960), Através de um Espelho (1961), O Silêncio (1963), Quando Duas Mulheres Pecam (mais conhecido pelo título original Persona, 1966), Gritos e Sussurros (1972), Cenas de um Casamento Sueco (1974), Face a Face (1976), entre outros.
Em 1976, Bergman foi preso durante os ensaios de uma peça, acusado de fraude fiscal e sonegação de impostos. Abalado pela experiência humilhante, ele deixou a Suécia e se exilou em Munique, na Alemanha. As acusações foram retiradas em seguida, mas Bergman permaneceu na Alemanha, onde filmou O Ovo da Serpente (1977, co-produção Alemanha Ocidental/EUA), Sonata de Outono (1978, Alemanha/Grã-Bretanha/França/Noruega), e Da Vida das Marionetes (1980, Alemanha/Grã-Bretanha). Bergman retornou à Suécia somente em 1982 para filmar Fanny e Alexander e anunciou que seria seu último filme. Bergman continuou realizando filmes para TV, mas alguns chegaram a ser exibidos nos cinemas, como Sarabanda (2003).
Apesar de Ingmar Bergman ser famoso mundialmente como diretor de filmes para cinema e televisão, o teatro foi a atividade artística mais constante em sua vida. Aos 26 anos, Bergman se tornou o mais jovem gerente de teatro da Europa, no Teatro Municipal de Helsingborg (1944 a 1946), onde dirigiu nove produções e transformou o local em ponto de encontro cultural da cidade. Depois, Bergman dirigiu o Teatro Municipal de Gothenburg (1946 a 1949), maior e melhor equipado do que o teatro de Helsingborg. Entre 1952 e 1958 foi diretor artístico do Teatro Municipal de Malmö, onde conheceu grandes atores que o acompanharam em seus filmes, entre eles, Bibi Andersson, Harriet Andersson, Ingrid Thulin, Max von Sidow e Erland Josephson. Foi diretor do Teatro Dramático Real de Estocolmo, de 1960 a 1966. Depois do problema com o fisco, Bergman foi diretor do Residenztheater, em Munique, Alemanha, de 1977 a 1984. Bergman continuou a montar peças de teatro até 2002, bem depois de dirigir seu último filme para cinema.
Ingmar Bergman faleceu na ilha de Fårö, em 30 de julho de 2007, duas semanas após completar 89 anos. Coincidentemente, no mesmo dia em que faleceu o diretor italiano Michelangelo Antonioni.
O Grupo Cinema Paradiso sempre escolheu filmes que estivessem sendo exibidos nas salas de cinema (exceção no momento atual em que os cinemas estão fechados). Por incrível que pareça, nos anos 1990 (quando o grupo iniciou suas atividades) por várias vezes chegaram cópias novas de filmes de Bergman, que cumpriram uma temporada nas salas de cinema. Então, o grupo teve o prazer de discutir vários dos seus filmes: Persona, O Sétimo Selo, Gritos e Sussurros e Morangos Silvestres. O Sétimo Selo foi o único filme, em 25 anos de existência do grupo, que foi discutido duas vezes, com uns 7 anos de intervalo (a composição do grupo havia mudado, portanto, eram pessoas diferentes em sua maioria).


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