O Bandido da Luz Vermelha

FILME: O Bandido da Luz Vermelha
(O Bandido da Luz Vermelha, Brasil, 1968, 92 min)

Reunião dia: 25.10.2020 (reunião virtual)
Nota atribuída pelo grupo:
9,07

Roteiro e Direção: Rogério Sganzerla

Elenco: Paulo Villaça (Bandido da Luz Vermelha), Helena Ignez (Janete Jane), Pagano Sobrinho (J.B. da Silva), Luiz Linhares (Delegado Cabeção), Sonia Braga, Sergio Mamberti, Ítala Nandi, Sérgio Hingst, Lola Brah, Ozualdo Candeias, Maurice Capovila, Renato Consorte, Neville de Almeida, Júlio Calasso, Miriam Mehler, Carlos Reichenbach, Hélio Aguiar (Narrador), Mara Duval (Narradora).

Sinopse: Jorge é um assaltante de residências em São Paulo. A imprensa sensacionalista o chama de “Bandido da Luz Vermelha”, pois ele usa uma lanterna dessa cor. Ele é o assunto do momento no noticiário policial. Além de invadir e roubar as casas – de preferência, mansões dos ricos –, ele mantém longas conversas com suas vítimas antes de estuprá-las. Ele dribla a polícia em fugas ousadas, desnorteando o delegado Cabeção. O bandido gasta o dinheiro roubado de forma extravagante, mantém um relacionamento com Janete Jane, conhece outros assaltantes e um político corrupto. Até quando ele continuará fugindo?
Inspirado em fatos e personagens verídicos, O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla, com sua estética transgressora, é um marco na história do cinema brasileiro. Recebeu o Troféu Candango de Melhor Filme, Diretor, Edição e Figurino no Festival de Brasília em 1968.

 

Sobre o Diretor: Rogério Sganzerla nasceu em 4 de maio de 1946, em Joaçaba, estado de Santa Catarina. Foi uma criança introvertida que não falava até os 5 anos, mas aos 7 lançou seu primeiro livro de contos e aos 11 já tinha o roteiro de um longa-metragem. Aos 13 anos, no Colégio dos Irmãos Maristas em Florianópolis, passou a frequentar o cineclube. Em 1961, aos 15 anos, foi para São Paulo. Frequentava assiduamente a Cinemateca enquanto cursava Direito na Universidade Mackenzie. Abandonou o curso no segundo ano, quando Décio de Almeida Prado o convidou para escrever no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo. Sganzerla passou a escrever artigos cinematográficos em outros meios, como a revista Visão, Jornal da Tarde, Folha da Tarde e Última Hora. Conheceu Andrea Tonacci, que colaborou em seu primeiro filme, uma ficção que mostra dois jovens que não conseguem escolher um filme para assistir. Curiosamente, esse curta chama-se Documentário (1966). Em seguida, dirigiu O Bandido da Luz Vermelha. Logo depois, A Mulher de Todos (1969), que traz Helena Ignez como protagonista. Em 1970, no Rio de Janeiro, Rogério, Helena e Júlio Bressane fundaram a produtora Bel-Air, que durou apenas três meses, mas realizaram incríveis 7 filmes, entre eles, Sem Essa, Aranha (1970), Copacabana Mon Amour (1970) e Carnaval na Lama (1970). A produtora fechou porque seus fundadores foram perseguidos pela ditadura militar. Eles se exilaram na Europa. De volta ao Brasil, Sganzerla dirige o provocativo O Abismo (1977). Sganzerla era obcecado por Orson Welles, mais especificamente a sua passagem pelo Brasil, e realizou quatro obras sobre o diretor norte-americano, Nem Tudo é Verdade (1986), A Linguagem de Orson Welles (1990), Tudo É Brasil (1997) e O Signo do Caos (2005). O compositor Noel Rosa também inspirou Sganzerla em dois filmes: Noel por Noel (1980) e Isto É Noel (1990). Foi casado com a atriz Helena Ignez, com quem teve duas filhas, Djin Sganzerla e Sinai Sganzerla. Faleceu em 9 de janeiro de 2004, em São Paulo, vítima de câncer no cérebro.

Nota: Para essa reunião, o Grupo escolheu dois filmes para o debate, O Bandido da Luz Vermelha e Acossado, porque são duas obras que se inter-relacionam. Considerando que nem sempre é possível assistir aos dois filmes, O Bandido da Luz Vermelha fica indicado como prioritário e Acossado como opção.


◄ VOLTAR   |   RANKING 2020 ►

0 comentários: