02.05.2017
por Rianete Lopes Botelho
O ator José Dumont em cena de Era o Hotel Cambridge
O filme-documentário ERA O HOTEL CAMBRIDGE, de Eliane Caffé, muito me agradou não apenas por suas qualidades cinematográficas, mas sobretudo pela temática da luta de grupos sociais por seus direitos. Comumente esses grupos reivindicatórios formados por pessoas que estão à margem do processo produtivo, não só não tem apoio governamental ou empresarial, como também não têm espaço na mídia, onde só aparecem para confirmar sua imagem negativa criada pelas elites, que os considera “baderneiros”, “vagabundos” e pretensos usurpadores de direitos que não lhes pertencem. E a opinião pública em geral acata essa interpretação. Daí a importância de um filme como esse, que dá voz a quem não encontra espaço para se mostrar.
Enquanto assistia ao filme, fui constatando o que eu tinha percebido quando tive contato com um desses grupos – o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MTST – ou seja, eles são organizados, objetivos, proporcionam a criação de vínculos afetivos entre seus participantes e contribuem para seu desenvolvimento enquanto seres humanos e cidadãos. Saem de sua irrelevância, de sua falta de perspectiva e passam a se sentir como indivíduos, cujas opiniões são valorizadas, desenvolvendo a consciência de seu poder de decisão.
E é evidente que esses ganhos favorecem um processo de transformação subjetiva concomitante. Lembrei-me, então, de um texto que escrevi na ocasião em que conheci melhor o funcionamento do MTST e que foi postado no mural do movimento. Compartilho esse meu texto com os amigos do Grupo Cinema Paradiso, que assistiram e discutiram também o filme ERA O HOTEL CAMBRIDGE.
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