FILME: Você Não Estava Aqui
(Sorry We Missed You, Reino Unido/França/Bélgica, 2019, 101
minutos)
Reunião dia:
15.01.2020
Nota atribuída pelo grupo:
9,15
Direção: Ken Loach
Roteiro: Paul Laverty
Elenco: Kris Hitchen, Debbie Honeywood, Rhys Stone, Katie Proctor.
Sinopse:
Ricky Turner está cansado de fazer parte de uma classe operária explorada
pelos patrões, trabalhando muito e ganhando pouco. Ele abraça uma nova forma de
trabalho, em que será dono do seu próprio negócio, sem patrão. Compra uma van
para trabalhar como motorista de entregas. Sua esposa, Abbie, já trabalha de
forma autônoma por meio de um aplicativo de celular: ela é chamada para cuidar
de idosos e deficientes, onde quer que seja, a hora que for. Mas será que essa
nova forma de trabalho é realmente eficiente? O trabalhador passa a ser
independente de fato ao ser “parceiro” de outra empresa ou de um aplicativo?
Sobre a Diretor:
Ken Loach nasceu em Nuneaton, Warwickshire, Inglaterra, em 17/6/1936. Na
infância, mudou muito de cidade com a família, especialmente em razão da 2ª
Guerra Mundial. Estudou Direito em Oxford, onde começou a atuar no grupo de
teatro experimental da universidade. Logo passou também a diretor teatral,
principalmente em Birmingham.
Em 1961, passou a trabalhar como assistente de direção na BBC. Socialista,
sempre expressa esse posicionamento em suas obras. Segundo o site IMDB, Loach
assina a direção de 51 trabalhos para TV e Cinema.
Boa parte de sua obra está centrada na descrição das condições de vida da classe
operária. Em estilo naturalista, Loach realiza uma abordagem sem concessões
sobre a miséria na Grã-Bretanha, sobre as patologias sociais e familiares e a
destruição das políticas públicas de bem-estar social (como em Riff-Raff
(1993), Chuva de Pedras (1994), Ladybird, Ladybird (1995),
Uma Canção para Carla (1996), Felizes Dezesseis
(2002)). Ele também explora momentos sombrios da história do Reino Unido, como
em Agenda Secreta (1988), Terra e Liberdade (1995), Ventos
da Liberdade
(2007), Rota Irlandesa (2010)). Sua obra, bastante engajada,
mostra seu alinhamento político à esquerda quando trata de conflitos sociais e
da luta pelos direitos dos trabalhadores ou dos imigrantes clandestinos, como em
The Flickering Flame (doc, 1998), Pão e Rosas
(2000), The Navigators (2001) e Mundo Livre (2007)). O cineasta também realizou
documentários, séries para a TV e episódios de longas-metragens. Loach mantém-se
fiel a seu posicionamento marxista, assumindo posições públicas que muitas vezes
geraram controvérsias no Reino Unido. Ao contrário de muitos de seus
conterrâneos e contemporâneos, Ken Loach jamais deixou-se seduzir pelo canto da
sereia de Hollywood.
Ele recebeu a Palma de Ouro em Cannes pelo filme Ventos da Liberdade
e novamente em 2016 por Eu, Daniel Blake. Ganhou muitos prêmios em
vários festivais internacionais.
De sua filmografia, o Grupo Cinema Paradiso já discutiu Terra e
Liberdade, Apenas um Beijo, À Procura de Éric
e Eu. Daniel Blake.