Lanternas Vermelhas

FILME: Lanternas Vermelhas
(Dà hóng denglong gaogao guà, China/Hong Kong/Taiwan, 1991, 125 min)

Reunião dia: 30.08.2020 (reunião virtual)
Nota atribuída pelo grupo:
9,48


Direção: Zhang Yimou

Roteiro: Ni Zhen, baseado no romance de Su Tong, “Esposas e concubinas”

Elenco: Gong Li, Jingwu Ma, Saifei He, entre outros.

 

Sinopse: O quarto filme do premiadíssimo diretor chinês Zhang Yimou conta a história de uma universitária de 20 anos, que perde sua mãe e se vê forçada a casar-se com um homem 30 anos mais velho, que já tem outras três mulheres morando em casas diferentes. Toda noite ele escolhe uma esposa para se deitar, o que desperta ciúme e rivalidade entre as concubinas. Ambientado nos anos 1920, o filme, como todos da fase inicial de Zhang Yimou, é um retrato da China moderna visto sob a ótica da mulher e traz o vermelho como a cor predominante dos ambientes e da vida das pessoas retratadas. É estrelado pela atriz-fetiche do diretor, a deusa Gong Li, que por muitos anos foi a atriz chinesa mais conhecida no Ocidente, justamente pelos vários filmes que realizou com o diretor nas décadas de 80 e 90. Lanternas Vermelhas é um filme denso com músicas densas, criando imagens operísticas. Não é para menos que o filme fez parte de um espetáculo de balé, concebido e dirigido por Zhang Yimou para o Balé Nacional da China.

 

Sobre o Diretor: Zhang Yimou nasceu em 1951, é cineasta, produtor de cinema e roteirista chinês. Zhang Yimou é um dos percussores do movimento da chamada Quinta Geração, que viria a ser o início do cinema contemporâneo chinês, surgido com a primeira turma da reaberta Academia de Cinema de Pequim em 1976, logo após a morte de Mao Tsé Tung. Seus colegas de classe foram diretores igualmente famosos, como Chen Kaige e Tian Zhuangzhuang. Zhang Yimou se tornou destaque internacional pelos seus inúmeros filmes expositivos sobre a realidade da China pós-Revolução Cultural. De 1988, quando realiza seu primeiro filme, o impactante Sorgo Vermelho, até 2000, o diretor se preocupa em mostrar as mazelas da realidade da Revolução Cultural, e como esta modificou toda uma geração e o futuro social, político e econômico da China, em filmes passionais, visualmente deslumbrantes, com movimentos sofisticados de câmera e interpretações viscerais, como Amor e Sedução (1990), A História de Quiu Ju (1992), Tempo de Viver (1994), Operação Xangai (1995), Nenhum a Menos (1999), O Caminho Para Casa (1999) e Tempos Felizes (2000). Discreto, mas ainda polêmico e questionador, o diretor chinês consegue fazer críticas a esse passado histórico do seu país, mas sempre prezando pelo equilíbrio, visto sua vontade de "não buscar problemas" com as autoridades chinesas e ter seu trabalho realizado de forma livre. Ainda assim, teve muitos problemas com a censura. A partir de 2002, com Herói e seu filme discutivelmente mais famoso, O Clã das Adagas Voadoras (2004), o diretor inicia uma nova fase, cada vez mais comercial, mais branda e menos provocativa, e passa a se dedicar a filmes épicos e de artes marciais.


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