14.07.2025
Por H. Hirao
O projeto Curta às Seis foi criado por Adhemar Oliveira e teve início em 1999, em apenas uma sala em São Paulo. Ao longo de sete anos o projeto chegou a mais de 20 salas no país em uma inédita parceria do projeto com os exibidores. As sessões eram gratuitas, e reuniam de três a cinco curtas sobre um mesmo tema como: “Curta o Futebol”, “Curta o Meio-Ambiente”, “Curta o Amor”, “Curta a Infância”, entre outros.
Desde a quinta-feira, 03 de julho, o projeto Curta às Seis voltou ao Espaço Petrobras de Cinema que apresenta sessões diárias e gratuitas, na sala 4. Em parceria com a Embaúba Play, cada programa terá até 1 hora de duração e reúne filmes de curta metragem destacando a diversidade de temas e linguagem.
O público poderá assistir a curtas na sala de cinema, uma experiência geralmente restrita ao circuito de festivais. Filmes premiados de cineastas promissores, que se destacam em festivais nacionais e internacionais.
As produções abrangem desde o início dos anos 2000 até obras mais recentes, provocam diálogos, contrastes e aproximações entre diferentes períodos, contextos e abordagens estéticas. Do cinema experimental ao cinema de gênero, o que marca o formato é sua versatilidade.
Na primeira semana (03 a 09 de julho), o tema foi Espectros. Os quatro curtas exibidos percorrem distintas experimentações sonoras e visuais que mobilizam vestígios de mundos em estados limítrofes, tanto em desaparição quanto em gestação, desafiam perspectivas, abrem frestas para deslocamentos sensíveis e convocam imaginações e alteridades.
- Espectro Restauración (2022, 7 min), de Felippe Mussel;
- Zona Abissal (2020, 13 min), de Darks Miranda e Luisa Marques;
- Solon (2016, 16 min), de Clarissa Campolina;
- Nossos Espíritos Seguem Chegando – Nhe’e Kuery Jogueri Teri (2021, 15 min), de ArielKuaray Ortega e Bruno Huyer.
O tema da segunda semana (10 a 16 de julho) está sendo Assombros Maquínicos. Três curtas que abordam as relações entre cinema e trabalho, seja pela via da investigação iconográfica e suas reinvenções; pelo gesto cotidiano do próprio trabalhador, que interroga seus percursos, seu espaço de trabalho; ou ainda pela história de horror que emana das próprias máquinas. São filmes que, na maneira pela qual exploram vínculos entre aparato, imagem e trabalho, fazem ressoar assombros.
- Estudo para uma Pintura O Lavrador de Café (2023, 13 min), de Desali e Rafael dos Santos Rocha;
- Entrevista com as Coisas (2015, 7 min), de Lincoln Péricles;
- A Máquina Infernal (2021, 30 min), de Francis Vogner.
Cidade Cinema é o tema da terceira semana do projeto (17 a 23 de julho) e apresenta quatro filmes que perguntam pelas histórias por trás de espaços em São Paulo: quem os construiu e os mantém? Que comunidades estão implicadas nesses lugares? Quais memórias atravessam um bairro? São curtas que evocam relações com a própria história do cinema paulistano, pelos próprios cinemas de rua, a vivência noturna e queer e, ainda, uma perspectiva sobre a história da luta popular por moradia fabulada pelo olhar de uma criança.
- Piove, Il film di Pio (2012, 15 min.), de Thiago B. Mendonça;
- Este Cinema Tão Augusta (2024, 14 min.), de Fábio Rogério;
- Bailão (2009, 17 min.), de Marcelo Caetano;
- Mutirão: O Filme (2022, 10 min.), de Lincoln Péricles.
A programação da última semana de julho (24 a 30), traz o tema Neon, é dedicada ao clima e à narração de histórias noturnas — marcadas por desejo, paixão e risadas. Uma sessão de encontros inesperados, de memórias nostálgicas, primeiros amores e superfícies luminosas.
- Looping (2019, 12 min), de Maick Hannder;
- Beijo na Santa (2002, 7 min), de Ana Costa Ribeiro;
- Como era Gostoso meu Cafuçu (2015, 14 min), de Rodrigo Almeida;
- A Festa e os Cães (2015, 25 min), de Leonardo Mouramateus.
Curta às Seis
Um programa diferente a cada semana.
A partir de 03 de julho de 2025
Espaço Petrobras de Cinema, Rua Augusta, 1.475, São Paulo
Sala 4, às 18h00
Ingresso gratuito
1 comentários:
Que maravilha a volta desse projeto. E entrada grátis. Valeu pelo artigo e pela dica.
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