08.05.2017
por João Moris
O BAFICI
Entre os dias 19 e 30 de abril passado, assisti a alguns filmes do Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires (também conhecido como BAFICI), que comemorou sua 19ª edição. Com o slogan “Cada vez hay más cine para ver”, o Festival é uma celebração do cinema independente mundial, com forte presença argentina e latino-americana.
Embora não seja tão conhecido e badalado como o festival argentino de Mar del Plata, um dos mais antigos da América Latina, o BAFICI vem crescendo em número e importância. Este ano, contou com 400 filmes de 56 países, entre longas, médias e curtas metragens, estreias mundiais, retrospectivas e mostras paralelas, alcançando quase 200 mil espectadores, o que é um número expressivo considerando que Buenos Aires tem 4 milhões de habitantes. Apenas a título de comparação, é quase o mesmo tamanho de público da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Diferentemente dos grandes festivais brasileiros, praticamente financiados pela iniciativa privada ou em parceria com órgãos públicos, o BAFICI é totalmente patrocinado pelo Governo da Cidade de Buenos Aires e é muito bem organizado, com excelentes cinemas, nenhum cancelamento e filmes começando pontualmente, inclusive com sessões ao ar livre em parques e centros culturais espalhados pela cidade. Esta edição do BAFICI teve 32 espaços de exibição.
As principais salas do BAFICI ficam no Recoleta Mall, que possui um complexo com 11 cinemas
Como a proposta do Festival é exibir filmes independentes, há pouca badalação em torno de nomes famosos do cinema mainstream mundial e, portanto, o BAFICI não traz muitos filmes de diretores conhecidos do grande público, nem estrelados por atores de renome.
O homenageado do 19º BAFICI foi o diretor italiano Nanni Moretti (1953), que foi brindado com uma retrospectiva completa de seus 18 filmes, além de contar com a presença do próprio diretor. Também houve retrospectivas de filmes de diretores independentes menos conhecidos, como o espanhol Francisco Regueiro (nascido em 1934 e famoso por suas tragicomédias), o diretor, roteirista e ator português António Reis (1927-1991), o diretor, roteirista e ator americano Alex Ross Perry (1984), a jovem diretora canadense Sofia Bohdanowicz, o diretor sueco Johannes Nyholm (1974), o diretor português-americano Gabriel Abrantes (1984), além do cultuado diretor e músico marroquino Marc Hurtado (1962), entre outros diretores e atores também homenageados com seus filmes no Festival.
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Link 2 – Cinema independente?
Link 3 – Mostra argentina
Link 4 – Mostra internacional
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